Caríssimos irmãos e irmãs, chegamos ao décimo domingo do tempo comum. A palavra de Deus que encontramos neste domingo são duas histórias fácil de gravar. Na primeira leitura (1Rs 17,17_24). A viúva de Serepta, aquela que acolheu Elias, que estava com quase nada e o profeta garantiu-lhe alimento e ele permaneceu na casa dela.

     Do nada o filho da viúva fica com uma doença muito grave, com dificuldades de respiração, a viúva acha que a presença do profeta é a causa de tudo. Por se achar indigna, por reconhecer os seus limites, não se sentia o direito de ter em sua casa um profeta, a presença de Deus.

     O profeta piedoso, toma a criança nas mãos, se retira para o segundo pavimento da casa e reclama com Deus: “Senhor nem esta mulher que me acolheu o senhor vai poupar.Com Fé o profeta deita sobre três vezes sobre a criança e ela volta a viver. Vemos uma expressão muito bonita “ a alma volta para o corpo da criança ” e a criança é entregue para sua mãe.

       No evangelho (Lc 7,11-17), vemos uma história muito parecida, Jesus está entrando na cidade de Naim, acompanhado da multidão de seus seguidores, e do outro lado uma multidão sai da cidade acompanhando uma viúva que perdeu seu filho único. Jesus tem compaixão desta viúva e pede para parar, toca o caixão e diz ao jovem. – Levanta-te.  O jovem assenta e Jesus pega o menino entrega a mãe. Não temos relato se a mãe gradeceu, se acompanhou Jesus.

      É importante guardamos em nosso coração que a nossa vida, definitivamente, está nas mãos de Deus. Nós lutamos muito, como se pudéssemos garantir a nossa vida, temos pretensões como se fossemos viver muitos anos. Temos que reconhecer que não temos controle sobre a vida, não temos controle sobre a morte. O que podemos fazer é confiar a nossa vida a Deus ou confiar a nossa morte também a Deus.

      Jesus olhou para a viúva e teve compaixão. Na multidão que acompanha Jesus estavam todos estavam realizados, alegres e felizes. A multidão que acompanhava a viúva estavam todos tristes e choravam. Vemos hoje na nossa realidade, quantos jovens perdendo a vida, quantas mães levando seus filhos para serem sepultados e a comunidade sofre junto.

     O Evangelho nos diz que Jesus olhou nos olhos daquela mulher. Quando Jesus a olhou nos olhos viu duas situações: Primeiro Ele viu o presente. A tristeza, a dor, o sofrimento, a labuta, os sepultamentos que temos que passar  todos os dias. Segundo, Ele viu o futuro. Naquele tempo as viúvas não tinham direito algum, o que restaria para ela, era somente a prostituição, mendigar ou morrer de fome. Quando Jesus vê que o futuro da mulher está comprometido Ele intervém, Ele manda parar, Ele ressuscita. Não foi só o jovem que ganhou vida nova ao levantar-se do caixão, mas também a sua mãe, a sua família, a comunidade.

      Quando Deus age, não é somente nós que somos beneficiados, todos são beneficiados, os que convivem com aquela pessoa. Um exemplo do nosso dia a dia, quando alguém da família tem um vício, e este vicio vai degradando a vida da pessoa, e de repente Deus toca na vida desta pessoa, e ela supera aquele vicio, tudo melhora, a saúde, o relacionamento com os familiares, a convivência com os amigos. Quando Deus toca e convida para levantar, para ressuscitar, tudo ganha uma vida nova.

      Agora não são mais duas multidões, uma triste e outra alegre, mas uma única multidão, aquela que caminha com Jesus no dia a dia, e é feliz sempre e aquela que foi tocada por Jesus e encontrou a felicidade.

      Em qual multidão nós estamos? Na multidão que segue Jesus, está com ele todos os dias e por isso é feliz ou na multidão fúnebre? Morte da esperança, morte dos sonhos…tantas mortes. Não sei em qual delas está. Mas se está na multidão dos que seguem Jesus, feliz, olhe para a outra, para aqueles que estão tristes, chorando, sofrendo.

      Mas se está na multidão dos tristes olhem para Jesus, porque o toque Dele pode curar, pode levantar, pode salvar, pode transformar a tristeza em alegria, a morte em vida, a dor em esperança.

      Se você tem dúvida em qual multidão você está, Pergunta para Jesus: Senhor eu quero primeiro saber onde eu estou?  Depois eu lhe peço, me coloque no melhor lugar, junto com o Senhor para caminhar ou tocando na minha vida, no caixão que eu carrego, para que o que é morte possa se tornar vida, ressureição.

Padre Willis Oliveira Gama

Fotógrafo: Pascom

Fonte: Homilia do dia 05 de junho - Celebração 19h30